[oleo-l] Res:Re: Pinhão-Manso
Felipe Binhardi de Aguiar
felipe em petrobio.com.br
Domingo Junho 10 21:58:50 BRT 2007
Prezado Jorge Gerônimo Hipólito,
Respeito muito sua posição em favor do pinhão-manso e da agricultura
familiar, mas acredito que alguns conceitos não estão exatamente certos.
Em primeiro lugar, não será o agricultor familiar quem produzirá o
biodiesel. O programa nacional prevê que o agricultor familiar produzirá a
matéria-prima para o biodiesel, e não o biodiesel, propriamente dito. Esse
pequeno agricultor só conseguirá ser produtor de biodiesel se estiver
organizado em cooperativas ou associações, senão será produtor agrícola, o
que não resultará em um êxodo urbano, como citado, pois esse agricultor só
terá boa renda se realmente for AGRICULTOR, não dono de uma terra onde se
planta alguma coisa, são coisas diferentes. O fracasso da reforma agrária no
Brasil é exemplo disso. Não basta dar a terra, tem que saber plantar, e
saber o que plantar.
Não adianta o pequeno agricultor investir em uma cultura não domesticada,
como o pinhão manso, e correr o risco de toda sua colheita pegar uma praga,
e ficar sem a renda, e tão logo sem a terra. Ninguém sabe o que é real ou o
que é ilusão no pinhão manso, a única certeza é que ele é uma promessa. E
não passa disso, promessa! No inicio do programa de biodiesel, falava-se
muito da mamona, e muitos produtores queimaram mamona nas ruas, por falta de
compradores. Será o pinhão manso a cultura ideal para o biodiesel? Ou será
mais uma mamona?
Não sou contra o pinhão manso, mas não acho que ele é a salvação para o
biodiesel ou para o pequeno agricultor. O Liv é um ótimo pesquisador e muito
respeitado, e está muito correto no que ele afirmou. O pinhão manso não é
uma cultura domesticada, deve ser utilizado com ressalvas.
Qualquer dúvida entre em contato.
Atenciosamente,
Felipe Aguiar
Diretor Comercial
Petrobio Biodiesel
(19) 3402 1118
(16) 9196 9275
Em 10/06/07, Jorge Gerônimo Hipólito <hipolitojgh em yahoo.com.br> escreveu:
>
> Caríssimos,
>
>
>
>
>
> Eu sou favorável ao desenvolvimento da "agricultura familiar" e, nesse
> sentido acredito que o investimento na produção do biodiesel a partir do
> pinhão manso, poderia nos conduzir ao êxodo urbano, isto é, haveria
> possibilidade de se inverter o êxodo rural, ocorrido a partir da década de
> cinquenta, do século vinte, óbvio! Por isso quero acreditar muito em cada
> participante dessa lista de discussão, pois vislumbro a possibilidade de
> influenciarmos o governo a empreender nesse sentido, uma vez que culminaria
> na melhoria da qualidade de vida e atenderia em parte a demanda do emprego.
>
>
>
> *Jorge Gerônimo Hipólito*
>
> ------------------------------
>
>
>
> Embrapa avalia potencial do pinhão manso para biodiesel
>
> - Fonte: Embrapa
>
> segunda, 23 abril 2007
>
> O óleo produzido a partir da semente de pinhão manso é semelhante ao do
> diesel extraído do petróleo. As propriedades encontradas no biocombustível
> atendem às especificações que a Agência Nacional do Petróleo (ANP) para o
> petrodiesel.
>
>
>
> Esta qualidade destaca a espécie para integrar o time de plantas
> oleaginosas que irão compor o programa de produção de combustível vegetal na
> região seca do Nordeste. É uma planta de grande potencial, assegura o
> pesquisador José Barbosa dos Anjos, da Embrapa Semi-Árido.
>
>
>
> Diante do regime irregular de chuvas do sertão nordestino o pinhão manso
> tem uma vantagem única dentre outras plantas oleaginosas: é a única com
> ciclo produtivo que se estende por mais de 40 anos. A mamona, que produz um
> óleo essencial com uso em mais de 400 produtos da indústria química, precisa
> ser replantada a cada um ou dois anos – a depender da quantidade de chuvas.
>
>
>
> O pinhão também se adapta bem a solos de pouca fertilidade, bastante
> comuns na região. O rendimento do óleo na semente do pinhão é de 30 a 40% -
> abaixo da mamona, que pode render algo entre 45% e 50%. No entanto, como o
> agricultor não terá necessidade de plantar novamente a cultura por mais de
> 40 anos, o custo de produção fica bastante reduzido. Estas características
> favorecem sua produção em escala de grande produção quanto a das pequenas
> propriedades dos agricultores familiares, ressalta o pesquisador Marcos
> Antonio Drumond, da Embrapa Semi-Árido.
>
>
>
> Convivência e negócios – Atualmente, ao lado da mamona, há uma forte
> demanda da iniciativa privada e de instâncias dos governos federal, estadual
> e municipal por informações acerca do sistema de produção do pinhão nas
> condições de sequeiro do Nordeste. Em Jacobina, 350 km de Salvador (BA),
> está em fase de instalação um projeto que prevê implantar 1000 ha desta
> oleaginosa para fins de produção de óleo combustível.
>
>
>
> Em outro empreendimento privado, a empresa Biodiesel do Vale do São
> Francisco, sediada em Petrolina, a 750 km de Recife, irá processar biodiesel
> a partir de mamona e pinhão manso. Esta empresa é recém adquirida pelo grupo
> português, que atua no setor energético. Na área pública, a Petrobrás estuda
> o uso da planta em usina que pretende instalar na cidade mineira de Montes
> Claros com capacidade de processar até 40 milhões de litros por ano.
>
>
>
> Com um olho na convivência com o semi-árido e outro na participação dos
> agricultores familiares no programa do biodiesel do Governo Federal, a
> prefeitura do município baiano de Andorinhas, acerca de 400 km de Salvador,
> também avalia seriamente o emprego do pinhão manso num projeto de
> diversificação produtiva para pequenas propriedades de 2 ha. A oleaginosa
> deverá ser plantada em consórcio com uma forrageira (capim bufel) em áreas
> onde o solo não é adequado para o cultivo da mamona. A prefeitura quer
> aumentar a capacidade suporte alimentar para os rebanhos caprinos, que são a
> base da economia do município, e estar em condições de integrar iniciativas
> de produção de biocombustíveis, afirma o Técnico em Agropecuária Sivaldo da
> Silva Gomes, da prefeitura.
>
>
>
> Pesquisa – Para Marcos Drumond se assiste hoje, de certa forma, uma
> corrida pelo cultivo de pinhão manso no semi-árido. Ele, contudo, salienta
> que as pesquisas com a planta na região ainda são bem recentes e é preciso
> ser prudente e buscar as informações técnicas já disponíveis para que não se
> venha a montar sistemas de produção insustentáveis. Os pesquisadores da
> Embrapa estão realizando testes com a cultura em campos experimentais dos
> municípios de Petrolina (PE), Araripina (PE), Senhor do Bonfim (BA) e Nossa
> Senhora da Glória (SE).
>
>
>
> Testes conduzidos em área do Escritório de Petrolina da Embrapa
> Transferência de Tecnologia apontam a possibilidade de uma safra de 200-250
> kg por hectare já aos primeiros 6-7 meses após o plantio. É um resultado
> surpreendente, afirma Marcos. Em registros de produção de países como Índia
> e Tailândia, onde o pinhão manso é utilizado para processamento de
> biodiesel, a colheita do pinhão se dá apenas um ano após o cultivo e
> alcança, no quarto ano a estabilidade de produção em torno de 1000 a 2000
> kg/ha.
>
>
>
> Marcos acredita que produção no semi-árido deve atingir esta marca também.
> E, afirma, como o agricultor só vai precisar investir uma vez na implantação
> da cultura, é um índice de produtividade que pode ser considerada excelente
> nas condições do regime de chuvas irregular do semi-árido nordestino,
> destaca o pesquisador. Sob irrigação, o pesquisador estima que safra por
> hectare pode chegar a dobrar (2000 a 4000 kg/ha).
>
>
>
> Colza – O pesquisador José Barbosa dos Anjos destaca outra importante
> qualidade do pinhão manso. Segundo ele, o óleo da semente desta planta é
> parecido com o da colza, uma variedade de couve e da mesma família da
> canola, e que é muito usado na indústria química da Europa.
>
>
>
>
> http://www.pinhaomanso.com.br/noticias/jatropha/r1_embrapa_avalia_potencial_pinhao_manso_biodiesel_23_04_07.html
>
>
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