[oleo-l] biodiesel X energia

Gabriel Ferreira gabriel.ferreira em ac.gov.br
Sábado Junho 23 15:06:10 BRT 2007


Caros amigos.

O Acre ocupa um lugar estratégico na região Noroeste do Brasil, o mapa 
abaixo mostra a localização do Estado em relação à comunidade andina e o 
acesso a Ásia através das rotas do Pacífico. Neste momento, a ligação do 
Acre como os portos do Peru estão sendo pavimentados numa rodovia que ligará 
por asfalto Rio Branco a Cuzco (cidade histórica perto de Machu Pichu) e aos 
portos de Ilo e Matarani. vide mapa, em abaixo.


Isso cria uma série de oportunidades no Acre e nosso projeto está inserido 
neste contexto.

Nossa intenção é recuperar áreas já desmatadas, com plantio de oleaginosas 
perenes (dendê+pinhão manso+pupunha+castanha+babaçu, no entanto, não temos 
experiencias destes consórcios e estamos testando algumas combinações, a 
cultura principal sempre será o dendê) formando um mix para a produção de 
óleo vegetal, o demanda mundial está crescendo na ordem de 8-12% a.a. A 
produção de biodiesel será feita com resíduos dos óleos mais nobres + o óleo 
do pinhão manso, que, como sabemos, não se destina ao consumo humano. O 
planejamento é plantar 24.000 ha, em parceria com 2400 famílias assentadas 
nos projetos da reforma agrária. a idéia é habilitar esta área como 
sumidouro de carbono - carbon sink, utilizando as possibilidades do MDL, 
complementando a renda.
Portando os objetivos são:
1. produzir óleos vegetais de alto valor para o mercado (fármacos, 
cosméticos, alimentação etc)
2. produzir biodiesel para o mercado regional (AC, RO, AM).
3. gerar créditos de carbono e obter renda suplementar para os produtores.

Não se trata de um projeto do governo, é uma iniciativa privada de um 
pequeno grupo de empreendedores, a maioria agrônomos, que estão procurando 
aplicar a experiencia que temos de Amazônia, numa oportunidade de negócios 
com mercados potenciais e parcerias. Não é nada novo, só estamos querendo 
ser uma opção diferenciada para a soja e a mamona, e estabelecer um sistema 
mais solidário de produção, sem o paternalismo, ou o assistencialismo que 
sufoca qualquer iniciativa de emancipação, como muito bem colocou o Serrano.

Gabriel de Lima Ferreira

----- Original Message ----- 
From: "mary ribas" <mrr_ribas em hotmail.com>
To: <gabriel.ferreira em ac.gov.br>
Sent: Saturday, June 23, 2007 12:28 PM
Subject: Re: [oleo-l] biodiesel X energia


> Caro colega, poderia falar mais sobre seu projeto. Tenho interesse em 
> compartilhar. Sds.
>
>
>>From: "Gabriel Ferreira" <gabriel.ferreira em ac.gov.br>
>>To: <oleo-l em rumba.ufla.br>
>>Subject: Re: [oleo-l] biodiesel X energia
>>Date: Fri, 22 Jun 2007 15:21:46 -0500
>>
>>Caros amigos.
>>
>>Não desanimem, vamos manter o grupo e ser-mos os mais pro-ativos 
>>possíveis.
>>
>>Estou no Acre iniciando a implantação de um projeto para a produção de
>>biodiesel com dendê e pinhão manso em parceria com agricultores familiares
>>para a recuperação de áreas desmatadas e regularização do passivo 
>>ambiental.
>>
>>Alguém sabe se é possivel consorciar o dende com o pinhão manso, com o 
>>dende
>>no espaçamento de 9m x 9m e o pinhão manso de 4,5m  x 4,5m... Pelos fotos
>>que tenho parece-me que o dendê não fecha muito, isso é verdade....
>>
>>Abraços a todos.
>>
>>Gabriel de Lima Ferreira
>>Eng. Agronomo.
>>Biodiesel Solidário do Acre Ltda
>>----- Original Message -----
>>From: "Instituto Serrano Neves" <serrano em serrano.neves.nom.br>
>>To: <oleo-l em rumba.ufla.br>
>>Sent: Monday, June 18, 2007 6:09 AM
>>Subject: Re: [oleo-l] biodiesel X energia
>>
>>
>>Formação do COMITÊ DA BACIA DO ALTO TOCANTINS
>>http://www.serrano.neves.nom.br/conBSB/conBSB.htm
>>
>>Não respondi aos questionamentos da mensagem anterior:
>>
>>1. Existe alguma cooperativa no agronegócio óleo ou ela é completamente
>>dominada por transnacionais como Cargill?
>>2. Existe algum micro ou pelo menos médio produtor de álcool ou são todos
>>conglomerados e trasnacionais?
>>3. Existem casos comprovados no Brasil de agricultores familiares de
>>subsistência que se cooperaram e hj são concorrentes no mercado?
>>
>>A resposta para todas é NÃO CONHEÇO.
>>
>>Mas isto não me desanima, vez que existem modelos não formais de negócios
>>que funcionam bem e são representativos em economias locais.
>>
>>Mantenho contato constante com pequenos agricultores, por exemplo, e os 
>>vejo
>>mendigar insumos junto ao governo como a alternativa mais fácil, ao invés 
>>de
>>encarem a produção como um negócio. Junto a estes, aqui no entorno, já
>>tentei emancipá-los e esbarrei numa espécie na cultura do 
>>assistencialismo.
>>
>>É possível que essa cultura tenha se formado ao longo de 500 anos, vez que 
>>o
>>desbravar e ocupar territórios sempre dependeu mais do provimento
>>governamental do que da livre iniciativa.
>>
>>A cidade em que resido (Uruaçu-GO) possui quase todos os elementos
>>necessários para sua autonomia de provisões e serviços, e esses elementos 
>>>>fizeram parte de uma economia local que foi desmontada pelos atrativos
>>facilitários governamentais que montam estruturas de arrecadação de
>>impostos.
>>
>>É mais fácil (e eleitoralmente mais conveniente) subsidiar o biodiesel 
>>para
>>os pequenos produtores, se for necessário para mantê-los "vivos", do que
>>fomentar a emancipação em relação ao combustível.
>>
>>Temos na Constituição um modelo de sociedade que não conflita com os 
>>modelos
>>de negócio, antes, os faz aliados, mas a sua implementação implicaria em
>>mudar o modelo, de dominação política para participação política, e isto 
>>não
>>interessa para o andar de cima.
>>
>>Imagino que o propósito desta lista possa ser a "briga de cachorro grande"
>>como dizemos por aqui ao nos referirmos às coisas que estão acima da
>>desejável participação do povo, mas há uma coisa interessante que não 
>>posso
>>deixar passar: é que em listas do povo o povo está encantado com o
>>biodiesel, de uma forma tão enganada que nem aceitam que o balanço de
>>carbono tem saldo zero ou próximo disto, embalado que está pela onda do
>>"neutralizar carbono".
>>
>>E desta forma prosseguiremos com o manda quem pode e obedece quem tem 
>>juízo
>>enquanto o de cima sobe e o debaixo desce.
>>
>>A pesquisa e a tecnologia precisam avançar para que o refinamento de 
>>energia
>>produza menos energia degradada ou energia ciclável em outros processos, 
>>mas
>>esses avanços precisam contemplar a acessibilidade, sob pena de estarmos
>>construindo uma sociedade simplesmente bipartida: assistentes e 
>>assistidos.
>>
>>,,, e la nave va !
>>
>>Saudações sócio-ambientais
>>Serrano Neves
>>serrano em serrano.neves.nom.br
>>
>>Amigo do Lago da Serra da Mesa
>>http://www.serrano.neves.nom.br
>>
>>
>>
>>------------- Segue mensagem original! -------------
>>
>>De: José Antonio Dermengi Rios <rios em fea.unicamp.br>
>>Data: Sun, 17 Jun 2007 11:17:55 -0300 (BRT)
>>Para: oleo-l em rumba.ufla.br
>>Assunto: Re: [oleo-l] biodiesel X energia
>>
>>
>>Prezado colega Serrano Neves
>>Saudações sócio-ambientais
>>Prezados Colegas,
>>
>>Seria verdade o que está publicado na ultima Revista Pesquisa Fapesp
>>impressa e em:
>>http://www.revistapesquisa.fapesp.br/?art=3269&bd=1&pg=2&lg=
>>
>>O Brasil também desenvolve pesquisa sobre o biodiesel desde 1975.
>>Atualmente estão em funcionamento 23 usinas de processamento do
>>biocombustível com capacidade de produção de 964 milhões de litros,
>>destinados à mistura de 2% em todo o óleo diesel no país, que será
>>obrigatória a partir de 2008.
>>
>>Mas ainda há um longo caminho a percorrer no desenvolvimento dessa
>>tecnologia, já que quase todo o biodiesel produzido no Brasil é
>>feito a partir do metanol, que não é considerado propriamente
>>renovável (ver Pesquisa FAPESP nº 134).
>>
>>"Temos que fazer a transição para o biocombustível. Essa é uma
>>tecnologia que não dominamos totalmente", sublinha Silva Dias. Com
>>uma produtividade entre 1,5 mil e 3 mil litros por hectare, o
>>biodiesel é muito menos eficiente que o etanol - entre 6 mil e 8 mil
>>por hectare - e inferior ao de países como a Indonésia, que produz o
>>combustível a partir do dendê, obtendo resultados surpreendentes: 5
>>mil litros por hectare.
>>
>>É preciso dar um "salto na pesquisa e na tecnologia", ele recomenda,
>>e testar, entre outras investigações, o desempenho de palmáceas em
>>grandes áreas, analisando sua real contribuição para a redução de
>>gases de efeito estufa.
>>
>>--
>>Abraços e sucessos!
>>Prof. Dr. José Antonio Dermengi Rios
>>cel.: +55-19-9112.8002
>>
>>
>>On Sun, June 17, 2007 08:22, =?ISO-8859-1?Q?Instituto Serrano
>>Neves?= wrote:
>>: Formação do COMITÊ DA BACIA DO ALTO TOCANTINS
>>: http://www.serrano.neves.nom.br/conBSB/conBSB.htm
>>:
>>: Prezado José Antonio,
>>:
>>: obrigado pela extensa resposta e comentários.
>>:
>>: Sou frequentador anual do Curso de Extensão em Emegia ministrado
>>pelo seu colega Henrique Ortega ai da Engenharia Ecológica, desde
>>2004.
>>:
>>: Oriundo da área técnica derivei para a área jurídica na qual
>>milito atualmente (Procurador de Justiça Criminal), e meu discurso
>>tem muito de direitos e cidadania, ou mais disso do que de ciência.
>>:
>>: Como autodidata tento fazer construções - tenho alguns trabalhos
>>publicados no site - que conectem a ciência à realidade do interior
>>desse Brasil (moro numa cidade de 33 mil habitantes na qual 47% dos
>>domicílios detém 13% da renda). A cidade faz parte de uma região
>>"rica" (agropecuária e mineração) e não difere da maioria.
>>:
>>: O poder "militar" continuará decidindo o destino do mundo e isto
>>precisa ser mudado. Coisa para algumas centenas de anos se não
>>ocorrer uma espécie de conversão, dai minha insistência em procurar
>>soluções que aliviem a carga sobre o "andar de baixo".
>>:
>>: A "energia negra" pode ser o falado "amor universal", e no plano
>>da humanidade acredito na "compaixão" como a energia que,
>>reconhecida no sistema, produza resultados cientificamente
>>humanizados.
>>:
>>: Estou estudando a teoria dos sistemas socias do Niklas Luhmann e
>>tentando montar os diagramas para encontrar caminho para as energias
>>informação e compaixão.
>>:
>>: Anexo
>>:
>>: Saudações sócio-ambientais
>>: Serrano Neves
>>: serrano em serrano.neves.nom.br
>>:
>>: Amigo do Lago da Serra da Mesa
>>: http://www.serrano.neves.nom.br
>>:
>>:
>>:
>>: ------------- Segue mensagem original! -------------
>>:
>>: De: José Antonio Dermengi Rios <rios em fea.unicamp.br>
>>: Data: Sat, 16 Jun 2007 09:27:46 -0300 (BRT)
>>: Para: oleo-l em rumba.ufla.br
>>: Assunto: Re: [oleo-l] biodiesel X energia
>>:
>>:
>>: Prezado Colega Serrano Neves
>>: Saudações sócio-ambientais,
>>: Prezados demais colegas,
>>:
>>: Os biocombustíveis deverão ser sempre importantes, mas na forma
>>: atual  representam apenas mais um item na economia do Carbono até a
>>: chegada da economia do Hidrogênio.
>>: Atualmente consistem numa troca de 6 por meia dúzia, fóssil por
>>: agrícola, sem necessidade de investimentos nas novas tecnologias do
>>: H2, uma manutenção dos padrões atuais da indústria de automóveis com
>>: seus motores a combustão interna. Mais detalhes no estudo do MIT
>>: publicado como livro em: A Máquina que mudou o mundo.
>>: Para o Brasil resta ter de definir quais, quanto e onde investir
>>: recursos neste novíssimo e inédito agronegócio.
>>: Um dos resultados será degradar o meio ambiente, inclusive
>>: antrópico, pra ficar com as migalhas de um produto primário de pouco
>>: valor agregado.
>>: Finalmente, o modelo de negócio do biodiesel depende da resposta à
>>: questões como:
>>: 1. Existe alguma cooperativa no agronegócio óleo ou ela é
>>: completamente dominada por transnacionais como Cargill?
>>: 2. Existe algum micro ou pelo menos médio produtor de álcool ou são
>>: todos conglomerados e trasnacionais?
>>: 3. Existem casos comprovados no Brasil de agricultores familiares de
>>: subsistência que se cooperaram e hj são concorrentes no mercado?
>>:
>>: Abraços e sucessos!
>>: Prof. Dr. José Antonio Dermengi Rios
>>: cel.: +55-19-9112.8002
>>:
>>:
>>: Comentário aos e mails do Dr Serrano
>>: 1. Não há evidências de que 2% venha a ser um padrão de crescimento
>>: no uso do biodiesel, nem se 2% é bom ou ruim, imaginário ou
>>: fictício.
>>: 2. Não há nenhuma evidência de que, quem decide sobre os futuros do
>>: planeta, considere a análise da questão do uso de combustíveis (e
>>: outras energias)em função da carga que a humanidade exerce sobre o
>>: planeta.
>>: 3. Embora o consumo de recursos não renováveis tem um fim e o
>>: consumo de recursos renováveis tem ciclos de renovação que desafia
>>: os tempos humanos, não é este o caso da maioria dos recursos
>>: renováveis de pedra a ouro, passando pelo petróleo, mas sobre o qual
>>: existe uma série de hipóteses como a Hubert. Não esqueça do alerta
>>: de Lord Keynes: no futuro todos estaremos mortos por isso pensemos
>>: no agora e no curto prazo de nossas vidas.
>>: Para minha surpresa li matéria nesta sexta no Valor Econômico dando
>>: conta de que há mais de um século de petróleo viável dentro da
>>: economia atual nas reservas de xisto dos EUA bem como no Brasil que
>>: tem uma das maiores reservas de xisto do mundo, tudo isso a um custo
>>: ambiental enorme, mas veja item 1 acima.
>>: 4. Concordo com V. Sa. de que a maior verdade em questão é que a
>>: mudança do combustível fóssil para o renovável pouco resultado
>>: produzirá - ainda que realizada na totalidade - se não forem mudados
>>: os padrões de consumo, mas isto não significa parar de consumir, mas
>>: produzir menos energia degradada.
>>: Para se ter uma idéia:
>>: - o lixo urbano produzido pelos seres humanos varia de 0,7 até 1,5
>>: kg, dependendo do padrão de consumo.
>>: - apenas <1% do total é água doce disponível, embora precisemos de
>>: 2.000 metros cúbicos por pessoa/ano.
>>: - 26 países, abrigando 250 milhões de pessoas, já foram oficialmente
>>: declarados pela ONU como áreas de escassez crônica de água.
>>: 5. Gostaria de receber uma cópia do "Consenso da América Latina"
>>: apresentado na IV Bienal Internacional de Estudos Avançados sobre
>>: Energia, que aconteceu na FEA-UNICAMP em 2004, sobre o qual
>>: deconhecia a importância mesmo sendo professor da FEA.
>>:
>>:
>>: _______________________________________________
>>: oleo-l mailing list
>>: oleo-l em rumba.ufla.br
>>: http://rumba.ufla.br/mailman/listinfo/oleo-l
>>:
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>>oleo-l mailing list
>>oleo-l em rumba.ufla.br
>>http://rumba.ufla.br/mailman/listinfo/oleo-l
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>>_______________________________________________
>>oleo-l mailing list
>>oleo-l em rumba.ufla.br
>>http://rumba.ufla.br/mailman/listinfo/oleo-l
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