[oleo-l] Integrar energias é a solução
José Antonio Dermengi Rios
rios em fea.unicamp.br
Quarta Junho 13 16:24:21 BRT 2007
Prezado Colega Prof. Dr. Marcio Augelli
Ceio que me expressei mal.
Eu possuo comunicações privadas e não são apenas estas que existem.
Creio que por intermédio de uma criteriosa revisão bibliográfica o
senhor deve encontrar os mesmos resultados divulgados pelos mesmos
autores, ou membros de suas equipes.
Há tb o resultado sigiloso, não publicáveis por questões óbvias, de
pesquisas do antigo CTC das quais tb tenho resultados que comprovam
que o balanço do Etanol é positivo sim.
Do biodiesel nada do que conheço até o momento é positivo, salvo
aspectos que fogem ao escopo desta lista tais como a eleição do Lula
e demais benesses a apadrinhados e afilhados.
Concordo com o senhor que o biodiesel não é a solução definitiva,
tanto é que publiquei o artigo abaixo há alguns anos, que submeto à
sua reflexão, bem como dos demais colegas da lista, com a devida
anuência docoordenador:
JOSÉ ANTONIO DERMENGI RIOS, Gazeta Mercantil/RJ, 02 de Julho de 2001
Durante a evolução da sociedade para a busca de seu bem-estar,
tornou-se imperativo o uso da energia. Nos tempos modernos, as
fontes de energia são recursos imprescindíveis para que exista uma
economia, pois delas dependemos para que, minimamente se faça a luz,
e se movam tantos outros aparelhos e máquinas, nos quais está
baseada a sociedade moderna e, felizmente, dentro da qual nós
brasileiros nos encontramos.
No Brasil de antigamente, e não tão antigamente assim, as fontes de
energia mais comuns eram: a lenha, os animais e quem sabe até óleo
de baleia para os candeeiros. Como em tantos outros países, ditos
emergentes, ocorreram evoluções e, entre elas, a substituição das
fontes da era pré-industrial pelo o uso de fontes não renováveis
como as fósseis - petróleo e mais recentemente gás natural,
importado da Bolívia, ao lado do nacional.
Porque Deus é brasileiro, tivemos a Graça de poder contar ainda com
caudalosos rios e seus desníveis, que nos abençoaram com as
hidroelétricas, fonte renovável, não poluente, a água, cuja
disponibilidade para o uso só depende tecnologicamente de duas
torneiras: a de São Pedro e a dos homens que controlam os
reservatórios.
Para que possamos imitar Deus, cujas disponibilidades de recursos
são infinitas, e que possamos fazer a luz, é necessário, portanto,
não só gastar energia, mas, contrariamente a Deus, temos de,
principalmente, saber gerenciar o uso dessa energia, como de
qualquer recurso. Tenho preconizado que Gerenciar é saber-se alocar
recursos.
Gerenciar é saber, no mínimo, em quaisquer situações prever a
necessidade de recursos, antecipando-se a elas. Outro ponto
importante é utilizar os recursos disponíveis da melhor maneira para
evitar-se o esgotamento ou a falta dos recursos necessários à
execução das tarefas imprescindíveis.
É importante preparar o futuro para a implantação de melhorias. Em
resumo, por mais recursos que se tenha, não se pode negligenciar
nunca o gerenciamento, sob pena de fracasso.
Esta é a base do raciocínio de um profissional da área energética.
Onde fica então a luz no fim do túnel?
A melhor resposta que obtive, após mais de 30 anos trabalhando,
pensando e estudando foi a gestão dos processos. Nela, no pensamento
sistêmico e no pragmatismo dos filósofos americanos, encontrei a
base necessária para aplicar estes princípios em todas as atividades
das empresas, e para a formatação e criação há seis anos de um curso
de especialização, modelo para todas as atividades empresariais.
Aplicando-se então o princípio de gerenciamento, deve-se
urgentemente prever a necessidade de integrarmos os usos de ENERGIAS
alternativas, além de utilizar os recursos hídricos disponíveis para
a satisfação de necessidades seletivas e que mais agreguem valor à
população.
Preparar um futuro em que os usos da energia sejam vinculados à sua
disponibilidade é essencial, assim como se faz na lei de
responsabilidade fiscal com os recursos monetários.
Esses princípios poderiam e, talvez, deveriam, ser estendidos a
todos os recursos escassos como água e ar. Só assim, com um mínimo
de planejamento estratégico e, principalmente, gerenciamento
poderemos eliminar aquilo que hoje nos tem sido um dos mais caros
recursos: o risco Brasil.
Em casos específicos e particulares, provocados por causas
especiais, como dizemos no gerenciamento pela Qualidade Total,
podemos utilizar métodos de análise e solução de problemas que são
técnicas excelentes e que deveriam ser utilizadas freqüente e
constantemente para correção de imprevistos
É dentro dessa nova lógica de organização que os profissionais que
trabalham com a energia em particular deveriam desenvolver suas
atividades.
Para cada uso final, a solução do bom profissional deve ser iniciada
por uma dedicada definição do conjunto de possibilidades e
alternativas, um acurado levantamento de custos e financiamentos
disponíveis, para finalmente uma tomada de decisão que, mesmo
podendo ser intuitiva, possa também ser baseada tanto quanto possa
ser, nos princípios de gerenciamento.
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José Antonio Dermengi Rios, Doutor em energética pela 'Université
Pierre et Marie Curie' em 1985, Coordenador Acadêmico dos cursos de
Gestão de Processos da UNICAMP. E-mail: jadrios em uol.com.br
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Abraços e sucessos!
Prof. Dr. José Antonio Dermengi Rios
cel.: +55-19-9112.8002
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